segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


A IMPORTÃNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 

RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo pesquisar e analisar a importância das atividades 
lúdicas nas escolas, sendo estas utilizadas como facilitadoras na aprendizagem. É o resultado 
de uma pesquisa bibliográfica que conduz ao estudo teórico e prático. O tema aborda a 
importância do lúdico na educação infantil, uma vez que os jogos e brincadeiras são 
excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente 
constituído, já que o lúdico é eminentemente cultural. Analisa-se de forma crítica o 
desenvolvimento das aulas, identificando na prática do professor se há o momento de 
aplicabilidade do lúdico em sua prática pedagógica. Todavia, verificou-se que o professor, na 
ansiedade de ensinar os conteúdos propostos, pensa que não há tempo para brincadeiras e 
jogos, pois lhes falta o conhecimento teórico para embasar sua prática no cotidiano escolar. 
Essa postura exige profundas mudanças nas atitudes pedagógicas. Independentemente das 
condições que a escola e o sistema educacional proporcionam à sua prática docente, é da 
responsabilidade de cada professor motivar suas aulas, tornando-as atrativas e prazerosas, 
preparando a criança para que esta vá se constituindo um sujeito crítico de suas próprias ações 
e meio em que vive. Por essa razão, o aprofundamento sobre o lúdico se faz necessário para 
uma boa reflexão. 
Palavras- chave: Lúdico. Jogos. Professor. 
1 INTRODUÇÃO 
O ser humano, em todas as fases de sua vida, está sempre descobrindo e aprendendo 
coisas novas pelo contato com seus semelhantes e pelo domínio sobre o meio em que vive. 
Ele nasceu para descobrir e aprender, é isso que lhe garante a sobrevivência e a interação na 
sociedade como ser participativo, crítico e criativo. 
Entendemos que os brinquedos e brincadeiras são tão fundamentais ao ser humano 
como o alimento que lhe faz crescer. Vão além do divertimento. Servem como suporte para 
que a criança atinja o desenvolvimento sócio-emocional e cognitivo. 190 
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Não é raro encontrar pais que desvalorizam a pré-escola, dizendo que a criança vai lá 
só para brincar, que gasta muito material e que não aprende nada. Por já ter escutado isso de 
modo sério ou em tom de brincadeira, resolvi abordar este tema na tentativa de esclarecer a 
importância do brincar na vida da criança. 
Na realidade, as brincadeiras de criança deveriam ser consideradas suas atividades 
mais sérias, e se queremos entendê-las, precisamos entender suas brincadeiras. Ao observar 
uma criança brincando, o adulto pode compreender como ela vê e constrói o mundo, como ela 
gostaria que fosse, o que a preocupa e os problemas que a cercam. 
É impossível negar as atividades lúdicas e sua abrangência como conhecimento 
indispensável na formação de qualquer pessoa. Já se entende que o conceito de brincadeira 
infantil como prática descompromissada e alienante não lhe cabe mais. Agora faz-se mister 
novos conhecimentos. 
Por isso, a ênfase deste trabalho destaca o lúdico no desenvolvimento infantil, já que 
a cada momento, no brincar, as crianças desempenham atos e papéis diferenciados e que em 
sua intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, 
imaginariamente, a realidade e o presente. 
Porém, não supõe que os jogos possam resolver todos os problemas apresentados 
pelas crianças no processo da socialização e no seu desenvolvimento. 
Pretende-se apontar aos educadores que com a utilização eficiente desse instrumento 
valoroso podem-se sanar dificuldades apresentadas na aprendizagem, socialização e 
emocionalmente. 
Com base em estudos já feitos, este artigo tem por objetivo mostrar a função do jogo 
como agente socializado e principalmente como meio para a construção da autonomia da 
criança no contexto escolar. 
2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 
Foi desenvolvida uma pesquisa a partir de revisão bibliográfica, na qual foram 
analisados artigos, monografias, livros e reportagens sobre o referido tema, para que esse 
trabalho pudesse ser efetuado. 191 
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3 DESENVOLVIMENTO 
3.1 O Lúdico e o Mundo Infantil 
O homem sempre teve como tendência básica a necessidade de compreender o 
Universo. E neste anseio de curiosidade, desde sempre tentou usar a ação, a imitação e a 
representação, como meio de expressão, procurando, assim, influenciar a natureza para viver 
melhor. 
Entretanto, as constantes mudanças na sociedade e na cultura, no decorrer do tempo, 
criaram padrões de se avaliar o aproveitamento do homem no mundo, através de uma falsa 
idéia de ordem e de aparente liberdade, contidas nas conservas culturais. Esse sistema de 
valorização do homem e de sua capacidade criativa converteu a sua possibilidade de ação em 
algo na qual falta seriedade e ordem. 
É assim que o brinquedo, depois de criado, se insere na cultura, tornado-se também 
uma conserva cultural, aparecendo-nos como um produto terminado, uma forma permanente, 
abolindo na criança sua sede primitiva de recriar a magia do “como se”, planos diferentes de 
atuação. 
É freqüente observarmos, hoje que toda capacidade de criatividade e espontaneidade, 
apresentada nas brincadeiras de “faz-de-conta” das crianças, está tolhida no adulto. Em seu 
lugar encontramos, muitas vezes, respostas prontas, estereotipadas, atitudes cristalizadas em 
relação a determinadas situações novas ou situações já conhecidas para a criança. 
Na literatura brasileira observa-se que os termos brinquedo e jogo são empregados 
indistintamente. No entanto é mais usual referir-se a brinquedo, quando se fala do objeto ou 
atividade lúdica; referir-se a jogo quando a atividade física ou mental é regida por um 
conjunto de regras que definem perda ou ganho durante o brincar. 
O termo lúdico refere-se ao que tem caráter de jogos, brinquedos e divertimentos. Ele 
permite a criança, reencontrar sua liberdade, através não só de respostas a seus problemas, 
mas também na procura de formas novas para os desafios da vida, liberando sua 
espontaneidade criativa. 
Devolve, na sua intensidade, uma fascinante energia que possibilita ir e vir, trocar e 
transformar, promovendo a descoberta, um encontro consigo mesma, com os outros e com o 
Universo! 192 
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Estar no mundo é buscar compreensão, equilíbrio, integração, identidade. Essa busca 
nos coloca, permanentemente, em atitude de observação e reflexão. Toda criança desenvolve, 
de forma própria, conceitos espontâneos, a partir de suas experiências pessoais, da interação 
com seu grupo familiar e comunidade, e das informações recebidas através de várias fontes. É 
a partir destas informações que coletam, das comparações que fazem das semelhanças e 
diferenças que estabelecem que as crianças vão construindo seus conhecimentos. E a partir 
destes mesmos dados que elas vão construir os elementos de expressão dos seus sentimentos e 
idéias. 
A criança, com seus jogos e brincadeiras, nos faz ver que dentre todas as atividades 
de comer, beber e dormir, imprescindíveis para o seu organismo, sobressai a atividade lúdica. 
Pois, o que ela quer é jogar, desempenhar, criar uma realidade própria no seu mundo do 
“como se”. E podemos notar a alegria que as crianças sentem quando brincam: surge um 
prazer natural, espontâneo. 
Se observarmos o comportamento das crianças durante suas brincadeiras, ele nos 
confirmará a impressão de que elas têm uma crença absoluta na realidade do que escolhem 
para brincar. As atividades lúdicas lhes permitem ir ao mundo não real, ao mundo da 
imaginação. Assim é que, por exemplo, uma caixinha de fósforo é um caminhão, uma boneca 
é um ser humano. Entretanto, se questionarmos a criança que joga com seu “caminhão”, ela 
saberá nos dizer que esta num “faz-de-conta” e aquilo são, na realidade, uma caixa de 
fósforos. 
Em suas brincadeiras de “faz-de-conta”, a criança alcança um pleno domínio da 
situação, vivendo e convivendo com a fantasia e a realidade, capaz de passar de uma a outra, 
criando, assim, a possibilidade de elaboração de seus anseios e fantasias. Este fascinante 
domínio de passagem de uma para outra situação, com convicção total, através de respostas 
rápidas a situações novas ou respostas novas a situações já conhecidas, é assegurado à criança 
por algo mais do que a razão ou o instinto: a espontaneidade. 
E a essência do lúdico reside nets capacidade de espontaneidade, que faz surgir no 
brincar o sentido de liberdade que permite “viajar” ao mundo da imaginação e, através dele, 
recriar, descobrir novas formas de atuação. É importante, pois, que a criança queira brincar e 
esteja disponível para a brincadeira, para que não se perca toda a sua seriedade, o seu valor 
espontâneo e o criativo. Porque é em tal fato que reside sua liberdade. 193 
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3.2 O Lúdico no Cotidiano Escolar 
A idéia básica não é a de dar uma fórmula ou uma receita única, uma vez que 
atividade proposta estará desenvolvida, mas SUS efetiva realização irá variar de acordo com o 
grupo e as condições do mesmo. Caberá a você orientar os educadores na escolha, 
modificação ou criação dos jogos e uma efetiva análise das possibilidades de sua utilização 
em sala de aula e ainda oferecer critérios para analisar o valor educacional das atividades. 
Do ponto de vista educacional, o jogo deve: 
• Responder aos interesses específicos das crianças; 
o Dar oportunidade para que as crianças o transformem, 
permitindo a sua participação ativa; 
• Possibilitar uma avaliação da atuação das crianças durante a 
atividade; 
• Possibilitar uma relação com os conteúdos escolares. 
Ao criar um jogo, o educador deve ter em mente os objetivos que pretende atingir. 
Na confecção, o educador deverá estar atento aos estágios de desenvolvimento da criança, 
tendo cuidado na escolha do material para que proporcionem aos alunos o maior número 
possível de oportunidades de ação e exploração. 
O momento de introduzir o jogo, também, deve ser estudado cuidadosamente, o 
educador deverá respeitar a etapa de desenvolvimento das crianças, a introdução de uma 
atividade que não esteja de acordo com o desenvolvimento da clientela poderá provocar 
frustração, trazendo o desinteresse pela mesma. 
A intervenção do educador no momento certo é muito importante, pois através dela 
ele poderá estimular na criança a reflexão, possibilitando a expressão de suas idéias e, 
conseqüentemente, a estruturação do conhecimento. Caberá ao educador propiciar a utilização 
dos jogos e brincadeiras, de tal forma que possibilite à criança descobrir, vivenciar, modificar 
e recriar regras. 
É importante lembrarmos que 
• A criança, no manuseio de jogos, passa por diferentes etapas, 
tais como manipulação exploratória, descoberta das regras e 
criação de novas regras; 194 
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• O educador deve conhecer e dominar cada jogo selecionado 
antes de propô-lo para o grupo, 
• O papel do educador será o de acompanhar a criança durante a 
prática da atividade, mediando às situações, facilitando sua 
integração ao ambiente e participando do mesmo como
elemento estimular em todas as oportunidades, cuidando para 
que tudo esteja em harmonia; 
• É importante que a criança faça suas próprias descobertas, 
através da manipulação, observação e exploração da atividade 
proposta, desta forma ela poderá estabelecer relações e fazer 
associações, assimilar conceitos e integrá-los à sua 
personalidade. 
O educador deverá estar consciente dos objetivos que deseja atingir e a relação da 
atividade proposta com os mesmos. A observação da participação da criança durante a 
brincadeira poderá ser de grande valor para o processo pedagógico. Conseqüentemente, à 
estruturação do conhecimento. Caberá ao educador propiciar a utilização dos jogos e 
brincadeiras, de tal forma que possibilite a criança descobrir, vivenciar, modificar e criar 
regras. 
A participação dos alunos em jogos na sala de aula contribui de grande forma para a 
formação de suas atitudes sociais como: respeito mútuo, cooperação entre eles, obediência às 
regras, senso de justiça e responsabilidade, iniciativa pessoal e coletiva. 
Observa-se, ao longo da experiência dos educadores em sala de aula, que o jogo é o 
elo que liga a vontade e o prazer durante uma atividade. O ensino utilizando o lúdico permite 
criar ambientes interessantes e atraentes para as crianças, servindo como incentivo para o 
desenvolvimento educacional dos mesmos. 
Contudo, deve-se ressaltar que o lúdico é apenas instrumento de ensino-aprendizado, 
e não “mestres”, e isto significa que serão úteis somente se forem acompanhados por alguém 
que analise o jogo e o jogador, de maneira diligente e crítica. É necessário saber o momento 
em que tal ferramenta deixa de ser instrutiva e se transforma apenas numa disputa divertida, e 
que com isso, o educador consiga devolver um caminho certo ao aluno. 
Sabe-se que o lúdico atrai as pessoas ao aprendizado, principalmente as crianças, o 
que acaba facilitando o educador na sala de aula. Assim: 195 
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Sabemos que as brincadeiras e jogos – entendidos aqui como estratégias 
motivacionais de aprendizagem – não constituem a aprendizagem em si, mas são um 
excelente meio que permite o diagnóstico, a intervenção e até mesmo a transmissão 
de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais sem que o educando perceba. 
(QUEIROZ & MARTINS, 2002, p. 5). 
E os mesmos autores continuam explicando que: 
[...] Constituem ainda um meio de transmitir mensagens capazes de resgatar a autoestima, o autoconhecimento, os valores como solidariedade, responsabilidade, 
disciplina, auto-confiança, auto-aceitação, tolerância, concentração, alegria e muitos 
outros, tão necessários à formação dos nossos educandos. (QUEIROZ & 
MARTINS, 2002, p. 5). 
Assim, nota-se que o papel do professor não deve ser o de guiar friamente os passos 
do aluno, mas sim de não permitir que o educando use o jogo sem entender sua dinâmica e 
nem aprender nada, bem como não permitir que o aprendiz perca o alvo do objetivo 
educacional. 
Logo, o próximo passo será analisar a origem dos brinquedos, qual a sua 
contribuição no desenvolvimento educacional da criança em alfabetização, dentre outras 
considerações que serão feitas a seguir. 
Como se sabe não é somente a educação em creches e escolas que refletem 
diretamente na formação do indivíduo. Alguns fatores hereditários, bem como o ambiente em 
que a criança está inserida são elementos decisivos para o crescimento educacional dos 
infantis. 
Existe uma teoria chamada interacionista, defendida por alguns estudiosos como Lev 
Vygotsky e Henri Wallon, defendendo que o desenvolvimento humano decorre das trocas 
recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre o indivíduo e o meio. Seria uma 
adaptação ao meio. 
O lúdico exerce papel importantíssimo na educação infantil, pois se trata de uma fase 
em que o conhecimento e a personalidade estão em formação, o que valerá para toda a vida. 
Nestes termos, há o seguinte ensinamento: 196 
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[...] a educação deve começar na infância, ou nunca será realmente bem-sucedida. 
Mesmo uma leitura superficial permite vislumbrar sua firme convicção quanto ao 
valor da educação para a formação da personalidade humana. [...] no ser humano só 
é firme e sólido aquilo que se coloca como base na primeira infância, visto que ‘as 
primeiras impressões estampam-se de tal maneira que é um autêntico milagre fazê-
las tomar nova forma. (BORGES, 2002, p. 72). 
Por isso, no processo de educação infantil o educador exerce importante função na 
vida da criança, pois nesta faze tão crucial, é ele quem vai ensinar os primeiros passos do 
aprendizado, “criar os espaços, disponibilizar materiais, participar das brincadeiras”, o que 
segundo especialistas, valerá para toda a vida do indivíduo, conforme visto acima. (SILVA e 
FARIAS, 2008). 
 Aí entra o papel do lúdico, como facilitador do aprendizado em sala de aula. O autor 
Vygotsky (1989, p. 109), ainda afirma que: 
[...] é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no 
brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa 
esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internats, e não por 
incentivos fornecidos por objetos externos. (VYGOTSK, 1989, p. 109) 
O mesmo autor Vygotsky (1998) apud Zacharias (2008) cita que “As maiores 
aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-
ão seu nível básico de ação real e moralidade”. 
Já o autor Piaget (1998) diz que a “atividade lúdica é o berço obrigatório das 
atividades intelectuais da criança.” (ZACHARIAS, 2008) 
3.2.1 Atividades Lúdicas na Escola 
O brincar leva para o interior da escola orientações que se contrapõem aos princípios 
hegemônicos da nossa sociedade, tais como: a exarcebação da competição e da produção, o 
individualismo e a separação entre trabalho manual e intelectual. 197 
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Leontiev (1998) e Vygotsky (1991) entendem que a brincadeira é a atividade principal 
da criança pré-escolar, isto é, aquela que deflagra o desenvolvimento proximal da criança e a 
prepara para um nível mais elevado de aprendizagem e desenvolvimento. 
As atividades mais comuns em escolas de educação infantil são: jogos de regras, como 
futebol, vôlei, queimada; ou brincadeiras, como de roda, de músicas; e as recreações como a 
amarelinha, venda nos olhos, etc. 
Ainda existem, nas escolas, os momentos lúdicos mais comuns em festividades, como 
teatros em comemoração ao Natal, Páscoa, dia da Criança, etc. 
Nas aulas de educação física são mais comuns as brincadeiras e jogos coletivos, como 
os jogos acima citados (vôlei, futebol), sempre interagindo separadamente os grupos 
masculinos e femininos; as queimadas; os exercícios físicos em geral, pega-pega. 
Adriana Friedmann (2008, p. 05), acredita que na escola é “possível o professor se 
soltar e trabalhar os jogos como forma de difundir os conteúdos. Para isso, são necessários 
três pontos fundamentais: vivência, percepção e sentido, reflexão em cima da vivência”. 
Para isto, o professor necessita escolher determinadas situações importantes dentro 
da vivência em sala de aula; notar o que sentiu como sentiu e de que forma isso influencia o 
processo de aprendizagem. (FRIEDMANN, 2008) 
Além disso, deve compreender que no vivenciar, no brincar, a criança é mais 
espontânea. “Sem dúvida, os conteúdos podem ser trabalhados com o uso do jogo. A criança 
pode trabalhar ou fixar um conteúdo com a atividade lúdica. Mas, para isso, o jogo é uma das 
estratégias e não a única”, afirma Friedmann (2008, p. 05). 
A mesma autora menciona que as brincadeiras devem ser realizadas de forma 
diferente nos ensinos infantil e fundamental. “No fundamental é mais formal, voltado para as 
vivências curriculares. É mais fácil para o professor do infantil falar de brincadeiras, enquanto 
o educador do fundamental precisa de mais estratégia”. (FRIEDMANN, 2008, p. 05) 
Para Friedmann (2008, p. 05), “no estado de São Paulo, inclusive no interior, há 
escolas públicas realizando trabalhos interessantes, nos quais os professores se abrem dentro 
das atividades lúdicas”. 
A partir de trabalhos traçados com estratégias, é possível trazer divertimento, e jogos 
interessantes para o aprendizado dos alunos. 198 
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3.3 A Importância do brincar 
As crianças brincam de faz de conta e inventam. Ora são fadas, ora são bruxas. 
Podem ser professoras, médicas, mães ou pais, com mudanças de papéis em questão de 
minutos. A brincadeira para elas não tem um valor de passatempo, mas de criar recursos para 
enfrentar o mundo com os seus desafios. O fazer de conta, em geral, cria situações que as 
auxiliam no desenvolvimento da criatividade e da autonomia.Durante as brincadeiras em 
grupo, as crianças têm a possibilidade de enfrentar os desafios propostos em prol do equilíbrio 
nas relações sociais. Trata-se de uma aprendizagem para a vida adulta, já que é uma maneira 
de elas aprenderem a lidar com as suas frustrações.
O brincar também auxilia as crianças na hora de lidar com os seus conflitos ou com 
situações de sofrimento. Dependendo da faixa etária, pode se tornar difícil falar de uma 
determinada vivência dolorosa. Mas, ao brincar, elas demonstram os seus sentimentos, além 
de se sentirem acolhidas. Um exemplo é o período de internação infantil, em que brincar de 
médico se torna um recurso importante. A criança passa do papel de paciente passiva para 
ativa ao cuidar de um boneco dodói. 
A partir dessa situação, os adultos próximos conseguem entender qual é a 
compreensão dela sobre a situação vivida, o que auxilia no oferecimento do suporte 
necessário de tratamento. 
Brincar é uma importante forma de comunicação e, por meio dela, a criança pode 
reproduzir o seu cotidiano. Mas vale lembrar que cada faixa etária tem uma necessidade e um 
interesse diferentes durante a brincadeira. Crianças muito pequenas têm maior dificuldade em 
dividir os seus brinquedos, enquanto as maiores gostam de jogos em grupo. 
O brinquedo não precisa ser caro, mas seguro e criativo. Assim, as sucatas coloridas 
podem ser um importante recurso para a confecção de objetos, como jogos de boliche, da 
velha e de encaixe, além de bonecos e fantoches, entre tantos outros. Para isso, basta apenas 
saber brincar 
A criança pequena que assume o papel da bailarina está experimentando como é 
adotar o papel de outra pessoa. Ela imita movimentos, maneirismos, gestos, expressões: ela 
realmente sente como é estar vestida com um tecido armado como o tule, as texturas 
contrastantes, as propriedades que elas oferecem e as diferentes qualidades e posturas físicas 
que inspiram. 199 
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Através do espelho, ela se examina em uma outra aparência, provavelmente 
estimulada também por vários fatores como a brilhante cor cereja do tecido e o contraste 
branco-creme do tule, a forma diferente de seu corpo com esta roupa especial, e como ela “se 
ajusta” ao quadro apresentando pela imagem no espelho. Ao fazer piruetas está explorando 
suas próprias capacidades físicas, hesitantes e desajeitadamente, a princípio, mas com uma 
pose e agilidade que aumentam rapidamente. Ela não está tentando ser aquela bailarina e 
ainda está firmemente posicionada no mundo da infância, o que fica evidente pela melodia 
infantil que está cantarolando. Sobre este tipo de brincar, Kami afirma: 
Algumas encenações de papéis são esquemáticas, representando apenas eventos 
salientes em uma seqüência de ações. A maioria das encenações é claramente 
criada a partir de conceitos de comportamentos apropriados e muito provavelmente 
não é uma imitação direta de pessoas. (1991, 88). 
O adulto que rabisca está explorando o meio disponível de maneiras previamente 
não-descobertas, como uma repetição consciente ou inconsciente de um desenho previamente 
encontrado ou variações sobre um tema. Isso pode ou não ter um propósito, dependendo do 
adulto específico e do papel ao qual ele normalmente está associado, tal como o de artista 
gráfico, pintor amador ou calígrafo. Um aspecto importante é que este tipo de brincar 
exploratório, que segundo Kishimoto (1994) é uma preliminar do brincar real, só será uma 
preliminar do brincar se a pessoa fizer caligrafia ou pintar apenas como passatempo. 
Poucos negariam que o brincar, em todas as suas formas, tem a vantagem de 
proporcionar alegria e divertimento. Almeida (2004) chega ao ponto de dizer que o brincar 
“desenvolve a criatividade, a competência intelectual, a força e a estabilidade emocionais, e 
sentimentos de alegria e prazer: o hábito de ser feliz”. Inversamente, parece que o brincar 
pode e ocorre no contexto de resolver conflitos e ansiedades, o que é aparentemente 
contraditório. Entretanto, considere esta afirmação de Kami (1991), “uma nova experiência, 
se não for assustadora, provavelmente atrairá primeiro a atenção for investigado é que ele 
poderá ser tratado mais levemente e ser divertido”.
A estimulação, a variedade, o interesse, a concentração e a motivação são 
igualmente proporcionados pela situação lúdica. Se acrescentarmos a isso a oportunidade de 
ser parte de uma experiência que, embora possivelmente exigente, não é ameaçadora, é isenta 200 
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de constrangimento e permite ao participante uma interação significativa com o meio 
ambiente, as vantagens do brincar ficam mais aparentes. 
Mas o brincar também pode proporcionar uma fuga, às vezes das pressões da 
realidade, ocasionalmente para aliviar o aborrecimento, e às vezes simplesmente como 
relaxamento ou como uma oportunidade de solidão muitas vezes negada aos adultos e às 
crianças no ambiente atarefado do cotidiano. Pois embora as qualidades sociais do brincar 
sejam as que recebem supremacia quando pensamos sobre o conceito, ele é e deve ser aceito 
como algo privado e interno para o indivíduo quando esta for a sua escolha. Isso se aplica 
igualmente às crianças no turbilhão de atividades na escola e em casa. 
Brincadeira é alguma forma de divertimento típico da infância, isto é, uma 
atividade natural da criança, que não implica em compromisso, planejamento ou seriedade e 
que envolve comportamentos espontâneos e geradores de prazer. 
A brincadeira é transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma 
expressiva, de uma geração à outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea. 
Nos dias atuais, com as moradias cada vez mais apertadas e os adultos envolvidos em 
seus afazeres, as crianças de classe média não têm um lugar para brincar e não devem 
atrapalhar o andamento do lar com seus brinquedos. 
Não dá para isolar o comportamento lúdico da criança. Ela brinca quando é para 
brincar e quando os adultos entendem que ela não deveria brincar. 
A ludicidade está sendo estudada como um processo de suma importância no 
desenvolvimento humano. 
Na opinião de Santos (2000, p. 18), tanto PIAGET, como Wallon, Vtgotsky e outros, 
atribuíram ao brincar da criança um papel decisivo na evolução dos processos de 
desenvolvimento humano, como maturação e aprendizagem, embora com enfoques diferentes. 
Dois aspectos sobressaem no estudo dos jogos: sua estrutura e o seu conteúdo. 
Quanto à estrutura, nem toda atividade da criança pode ser considerada jogo, pois 
para que ela se configure como tal, deve pressupor uma representação simbólica. E essa 
representação pressupõe o estabelecimento de regras que a criança se impõe para representar 
os personagens que ela incorpora. 
Outras atividades sem o componente simbólico são simples exercícios, próprios não 
só da criança, mas de toda pessoa no decorrer de sua existência. 201 
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A motivação característica dos exercícios é o simples prazer funcional. E suas 
finalidades, para a criança, são, entre outras: 
- Servir como reforço às habilidades já adquiridas;
- Imitar aquilo que o outro realiza; 
- Testar suas habilidades ou adquirir novas; 
- Atrair os outros para a atividade que realiza. 
As atividades da criança estão diretamente relacionadas com a afirmação do seu “eu” 
e, sendo assim, essa atividade é tão importante em seu processo de desenvolvimento e 
aprendizagem. 
Quanto ao conteúdo, podemos dizer que ele traduz os padrões dominantes no meio 
ao qual estamos inseridos, embora a essa altura do processo de telecomunicações, haja 
influências de outras culturas chegando com facilidade e rapidez até nós. 
Entretanto, o conteúdo do jogo diz muito da motivação intrínseca da criança, seja 
para resolver conflitos, como pensam muitos psicanalistas, seja para construir um 
conhecimento que é absorvido pela ação de representar. 
Brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois brincando 
aprende a socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a 
criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim com prazer. 
Segundo Cunha (2001, p. 14) constata que atualmente as crianças não têm um pátio 
para brincar. Superfamiliarizadas com videogames, televisão e computador, não conhecem o 
prazer de criar brinquedos com caixinhas e latas, botões e madeirinhas. Nem mesmo jogos de 
montar. 
Esses brinquedos oportunizam e favorecem a brincadeira livre e a fantasia. A criança 
coloca no objeto com que está brincando o significado que ela deseja no momento. Enfim, na 
pressa do dia-a-dia, os pais e professores tentam simplificar suas rotinas e tarefas, oferecem 
brinquedos já prontos e que não requeiram montagem, pois não fazem sujeira, nada que 
precise limpar arrumar. 
Sendo assim, a criança desenvolve-se num meio distante do lúdico, são tratadas 
como adultos em miniaturas onde o que é mais importante é estudar, aprender, adquirir 
conhecimentos, desenvolver habilidades, estimular as inteligências, visando aos objetivos 
alheios aos seus interesses. 202 
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A brincadeira não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento das 
crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo. 
É possível superar os problemas existentes e oferecer melhores condições de 
desenvolvimento às crianças, ampliando e valorizando o espaço e as oportunidades de 
brincadeira. 
3.3.1 O brincar de ontem e de hoje 
Sabemos que os jogos e brincadeiras sempre estiveram presentes na vida do homem. 
Caçar, relacionar-se com a natureza, dominar a fala, descobrir a roda e o fogo, são atos que 
surgiram de jogos e brincadeiras que fazem parte da relação humana. 
Alguns teóricos comparam a vida a um grande vídeo GAME, um jogo que nos exige 
muitas coisas, mas temos apenas uma vida, diferente dos videogames que dão muitas vidas e 
chances aos jogadores (mas até neles o tempo acaba). 
O jogo é um fator importante para conhecermos os povos e seus costumes. Na 
educação, os jogos ultrapassam a linha do seu tempo e permeiam muitas gerações. Apesar de 
toda modernidade, os jogos e brincadeiras do passado ainda são importantes para o universo 
infantil. As crianças ainda brincam de pegar, de Cinco Marias, de amarelinha, de ovo podre, 
de esconder, e outras brincadeiras que já divertiam nossos avós. 
Mas é importante trabalharmos com os alunos brincadeiras desconectadas de nosso 
tempo?Na verdade, encaramos estas brincadeiras como folclore. Elas são necessárias para 
entendermos nossos pais e avós, para aproximar gerações. Quem não jogou cartas ou bola 
com os pais, não brincou com bonecas e tantas coisas que divertem e possuem riqueza 
cultural?
Alguns autores acreditam que as brincadeiras do passado desenvolviam mais a 
criatividade, a coordenação motora, o raciocínio, a solidariedade e os conceitos de 
cooperação. Isso porque no passado, como não existiam tantos brinquedos, as brincadeiras 
com objetos não reais exigiam mais imaginação. 
Mas sinceramente, não concordamos com essas idéias. Acreditamos que hoje se 
brinca menos na rua e nos pátios, se brinca, mas em pequenos grupos, e que os jogos 
eletrônicos disponíveis nos deixam corporalmente estáticos. Somos fruto de nosso tempo e de 203 
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nossa cultura, não podemos nos comparar a cultura e povos diferentes, e não temos como 
comprovar que as crianças do passado eram mais criativa porque brincavam menos com 
objetos concretos. Também não podemos dizer que a motricidade daquelas crianças era mais 
desenvolvida, pois atualmente observamos crianças de três anos deslizarem seus dedos em 
controles remotos e joysticks. 
Não é relevante sabermos quem é mais ou menos criativo, ou se no passado era 
melhor ou pior. Hoje, o que devemos entender e respeitar é o tempo em que vivemos, a nossa 
atualidade, a linguagem da nossa época. Por exemplo, entre o Pokémon e o Popeye, ficamos 
com o Pokémon. 
Nossa sala de aula deve ter espaço para os brinquedos e brincadeiras de hoje, mas 
também para os jogos que acompanham a nossa cultura. Não esquecendo nunca que vivemos 
o presente e, portanto, as brincadeiras e jogos atuais devem ser mais incentivados. Senão, 
como comentamos anteriormente, corremos o risco de ficarmos falando sozinho em sala de 
aula. 
Claro que a modernidade tem mudado muito a relação entre indivíduos, brincadeiras 
e brinquedos. 
A tecnologia e a industrialização foram e são inevitáveis. Os prédios e os carros 
mudaram, a escola mudou, as pessoas mudaram e vocês acreditam que os jogos não deveriam 
mudar? 
Por isso, devemos estar com os olhos abertos e vivermos o nosso tempo também na 
escola, fomentando a interação e criando um mundo onde a escola e a vida falam a mesma 
língua. 
Para alunos a escola é um lugar no qual eles não se sentem bem nem à vontade. 
Mesmo aqueles, que fora da escola, são faladores, espertos, curiosos e alegres, 
dentro da sala de aula vão ficando calados, passivos e tristes. (CECCON et al, 
1983, p.16).
Outro fator que influência muito a relação da criança de hoje com as atividades 
lúdicas e brincadeiras é a segurança, ou melhor, a insegurança das grandes cidades. Cada dia 
mais não podemos permitir que as nossa crianças brinquem na rua, nas praças, em espaços 204 
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verdes, nos antigos campinhos. Esta diferença surgiu com a evolução social, modificando 
também o brincar e a relação entre as pessoas. 
Vivemos numa sociedade que individualiza conceitos e compartimenta espaços e 
ações. Portanto, ao promovermos a cultura dos jogos e intercalarmos as brincadeiras 
modernas com os jogos do passado, podemos ajudar nossas crianças a compreenderem sua 
cultura e a si mesmos, auxiliando-as também a relacionarem-se melhor com seus pais e avós. 
Destacamos as idéias de Fonseca e Muniz (2000, p.81) sobre a importância das 
brincadeiras como espaço fundamental na vida, “onde hoje a conquista da liberdade, da 
autonomia, da compreensão do mundo vivido, da auto-reflexao e, principalmente, da 
emancipação”. 
Também relendo Lopes (1999, p. 27), observamos que este autor afirma que, numa 
perspectiva pedagógica, os jogos e brincadeiras devem ter os seguintes objetivos: 
a) Trabalhar os aspectos emocionais (ansiedade). 
b) Rever limites. 
c) Desenvolver autonomia. 
d) Aprimorar a coordenação motora. 
e)Aumentar a concentração, a atenção e o raciocínio. 
f) Desenvolver a criatividade. 
Devemos abrir a escola para o novo, deixando também as portas sempre abertas para 
convivermos com o passado com um fator importante na transmissão da cultura. Pois, um 
povo sem passado, é um povo sem cultura. 
3.3.2 A brincadeira e o desenvolvimento infantil 
Desde o momento em que nascem e à medida que crescem, as crianças se esforçam 
para agir e se relacionar com o ambiente em que vive físico e social, um mundo de 
sentimentos, de interações, de objetos que aos poucos, vai se ampliando e que elas procuram 
compreender. Dessa maneira constroem conhecimentos sobre a realidade e se percebem como 
indivíduos únicos entre os outros indivíduos. 
A maneira de brincar das crianças evolui à medida que crescem. Os 
desenvolvimentos físico, intelectuais e sociais habitam-se progressivamente a formas de 205 
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brincadeiras mais complexas envolvendo símbolos e regras. O brincar deixa de ser vista como 
uma atividade física e passa a ser privilegiada porque é necessária para o ensinoaprendizagem e o desenvolvimento da criança. Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar 
gera um espaço para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o 
pensamento, estabelece contatos sociais. 
Para Winnicott (1975, p. 63), 
O desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que a simples 
satisfação de desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e 
espaços próprios; um fazer que se constitui de experiências, culturais, que é 
universal e próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos 
relacionamentos principais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo 
(a criança) e com os outros. 
Brincar deixa de ser visto como uma atividade física e passa a ser privilegiada 
porque é necessária para o ensino aprendizagem e o desenvolvimento da criança. 
Bettelheim (1998), diz que através das brincadeiras que a criança realiza podemos 
entender como ela percebe e constrói o mundo e a maneira que utiliza para expressar suas 
dificuldades. A brincadeira possibilita a criança resolver de forma figurada problemas não 
resolvidos anteriormente e enfrentar direta ou simbolicamente questões atuais. 
Brincando, a criança compreende as características dos objetos, como funcionam, os 
elementos da natureza e os acontecimentos da sociedade. A brincadeira compõe o ato 
privilegiado de desenvolvimento da criança. Nela, afeto, linguagem, percepção, memória 
entre outras funções cognitivas, são aspectos intimamente interligados. A brincadeira cria 
condições para uma transformação significativa da consciência infantil por permitir formas 
mais complexa de relacionamento com o mundo. 
Segundo Vygotsky (1998, p. 131): 
O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos a um “eu” fictício, ao seu 
papel no jogo e suas regras. Desta maneira as maiores aquisições de uma criança são 
conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de 
ação real e moralidade. 206 
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Através do brinquedo, da brincadeira, a criança pode desenvolver a imaginação, a 
confiança, a autoestima e a cooperação. O modo como a criança brinca revela seu modo 
interior, e isso permite a interação da criança com outras crianças e a formação de sua 
personalidade. Para isso é preciso que os Centros de Educação Infantil dêem condições e 
promovam situações de acordo com as necessidades das crianças, oportunizando estimulação 
para seu desenvolvimento integral. 
O desenvolvimento obedece a uma seqüência que vários estudos tomaram possível 
predizer. Trata-se de um processo rítmico, em que se alteram período mais e menos ativo e 
em que os avanços ou ganhos de uma fase influem decididamente nas posteriores. A 
efetivação do desenvolvimento depende basicamente da inter-relação entre fatores tais como a 
hereditariedade, as condições da gravidez e do parto, os problemas de saúde (ocorridos 
principalmente nos primeiros anos), a alimentação mais ou menos adequada em quantidade e 
qualidade e o ambiente (este tem influência tanto no social, como no afetivo). 
Os três primeiros anos de vida são o período em que o aspecto perceptivo-motor é 
privilegiado. A criança inicia seu processo de locomoção e tem oportunidade de manipular 
objetos. Nos anos seguintes4, 5 e 6 anos o desenvolvimento perceptivo motor é caracterizado 
por habilidades motoras, implicando complexidade e dificuldade de execução. Para realizar 
atividades motoras a criança reúne diferentes elementos de sua experiência anterior para 
formar conjuntos com novos significados. 
Na criança de 4 a 6 anos, o aspecto afetivo é caracterizado pelo aparecimento das 
simpatias e antipatias ligadas à valorização dos colegas e adultos e ao aparecimento de 
sentimentos de inferioridade e superioridade ligados à autovalorizaçao. Nas atividades 
diversificadas de livre escolha, as crianças se agrupam de acordo com seus interesses para 
brincarem juntas de algo que elas próprias escolheram e dessa maneira têm oportunidade de 
dialogar e manter trocas afetivas positivas. Os jogos competitivos, ao contrário, podem 
provocar relações deficitárias que geram antipatias. 
É recomendável escolher jogos competitivos que sejam ao mesmo tempo atrativos, 
participativos e relativamente calmos. Ao mesmo tempo, é preciso ter a preocupação de não 
instituir prêmios, eleger o campeão ou penalizar o perdedor, uma vez que este procedimento 
enaltece e faz com que pareça o sentimento de inferioridade nos perdedores. 
O pré-escolar é egocêntrico por ter uma visão limitada do mundo, não possuindo 
ainda consciência do outro como um ser idêntico a ele. Por isso troca de experiências, 207 
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cooperação ficam prejudicadas, uma vez que a criança não distingue ainda seu ponto de vista 
da opinião dos outros. Deve-se estar atento ao desenvolvimento social das crianças e 
organizar jogos e atividades propícias para que aos poucos a criança consiga basear suas 
relações no respeito mútuo, na cooperação e na reciprocidade. 
A curiosidade é uma característica do ser humano, que se manifesta desde o 
nascimento. A criança conhece o mundo pelo tato, pela manipulação. É a curiosidade que a 
leva a descobrir os atributos dos objetos. É a curiosidade que permite seu desenvolvimento a 
partir das sensações motoras. 
Na área cognitiva, é através do brinquedo que a criança aprende a agir. Quando uma 
criança consegue se expressar recriando seus conhecimentos e reorganizando-os através de 
diferentes formas de linguagem, começa a se inserir no mundo. Como já foi dito 
anteriormente: 
[...] no brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das idéias 
e não das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e u cabo de vassoura 
torna-se um cavalo. A ação regida por regras começa a ser determinada pelas idéias 
e não pelos objetos. Isso representa uma tamanha inversão da relação da criança com 
a situação concreta, real e imediata, que é difícil subestimar seu pleno significado. 
No brinquedo, o significado torna-se ponto central e os objetos são deslocados de 
uma posição dominante para uma posição subordinada (VYGOTSHY, 1994, p. 128) 
Devem-se prover meios para que a criança vivencie diferentes jogos e brincadeiras, 
explorando a criatividade. Ao manipular jogos com formas, cores, brincar com blocos de 
tamanho, formato, cores e espessuras diferentes, as crianças desenvolvem naturalmente 
noções de atributos, medida e quantidade. 
Quando uma pessoa é capaz de perceber diversos aspectos em um mesmo objeto ou 
num mesmo fenômeno ela será capaz de esta sua vivência de muitas maneiras diferentes. Por 
isso, mais aprende quem mais percebe e mais se expressa. 
À medida que a criança cresce, sua habilidade motora vai-se aprimorando e a 
capacidade de controlar seus músculos aumenta. É necessário que músculos, ossos e sistema 
nervoso tenham um desenvolvimento natural da maturação. 
Facilitar a participação nos jogos recreativos contribui para a aquisição de 
coordenação motora, autodomínio e desenvolvimento de habilidades físicas, além de 208 
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proporcionar a educação de seu sistema neuromuscular e sensorial, facilitando a aquisição de 
reflexos rápidos e seguros. 
Brincar é a coisa mais séria que uma criança pode fazer. No brinquedo ela exterioriza 
suas fantasias, aprende a conhecer o mundo, revive situações. 
Pela brincadeira ela pensa, elabora sentidos, se relaciona com seus companheiros e, 
com ele num movimento partilhado, dá sentido às coisas da vida. 
Ao brincar, a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo, construindo 
sua individualidade, sua marca pessoal, sua personalidade e também oportuniza o 
desenvolvimento da linguagem trazendo efeitos positivos na cognição infantil. 
Impõe-se, de início, o estabelecimento de um princípio básico: deixar a criança 
brincar. Isto para ela é tão necessário quanto comer e dormir. Se não puder satisfazer esta 
necessidade ou se sentir coagida em seus desejos, seu desenvolvimento emocional estará 
sendo seriamente prejudicado. Mais ainda, é preciso deixar ás crianças a escolha livre de SUS 
brincadeiras. A interferência só é válida quando for solicitada. 
Assim, através de atividades lúdicas, as crianças serão capazes de criar, de falar de si 
próprias e do mundo, tomando como matéria-prima de suas produções tudo que forem 
capazes de perceber, observar e experimentar. 
Nesta perspectiva, a brincadeira deixa de ser “coisa de criança” e passa a se constituir 
em “coisa séria”, digna de estar presente entre recursos didáticos utilizados para atingir os 
objetivos do processo ensino-aprendizagem. As diferentes formas de perceber e ler o mundo 
que nos rodeia entrecruzam-se e se complementam. Nenhuma forma é melhor ou pior do que 
as outras, todas são úteis ao ser humano. 
3.3.3 A brincadeira, os brinquedos e a realidade 
No jogo simbólico as crianças constroem uma ponte entre a fantasia e a realidade. 
Freud observou uma criança que sofria a ansiedade da separação da mãe. A criança brincava 
com uma colher presa a um barbante. Ela atirava a colher e puxava-a de volta repetidamente. 
No jogo, a criança foi capaz de controlar ambos os fenômenos; Perda e recuperação. Quando 
se está aberto para tais simbolismos, pode-se reconhecer e apreciar o brincar das crianças. 
Elas não podem evitar que os adultos se envolvam em conflitos armados, nem que membros 209 
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de uma gangue espanquem suas mães. Mas quando brincam, elas podem ter o controle que 
lhes falta da realidade. 
As crianças são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do 
brincar. Elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos de 
bom e mal. O triunfo do bem sobre o mal dos heróis protegendo vítimas inocentes é um tema 
comum na brincadeira das crianças (BETTELHEIM, 1988). 
Crianças que vivem em ambientes perigosos repetem suas experiências de perigo em 
suas brincadeiras. Por exemplo: no Brasil, crianças que vivem nas favelas onde predomina a 
luta entre policiais e bandidos têm como tema preferido de suas brincadeiras esses conflitos. 
Quando a criança assume o papel de alguém que teme, a personificação é 
determinada por ansiedade ou frustração. Vários dos exemplos clássicos de Freud seguem esta 
linha: uma criança brinca de médico depois de ter tomado uma injeção ou de ter sido 
submetida a uma pequena cirurgia. Ana Freud relata o caso da criança que vence o medo de 
atravessar o corredor escuro fingindo ser o fantasma que teme encontrar. Escolhendo o papel 
do médico ou do fantasma, a criança pode passar do papel passivo para o ativo e aplicar a uma 
outra pessoa, a uma criança ou uma boneca o que foi feito com ela. 
O brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance da criança. É 
seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança à ação e à 
representação, a agir e a imaginar. 
Assim, o brincar da criança não está somente ancorado no presente, mas também 
tente resolver problemas do passado, ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro. A 
menina que brinca com bonecas antecipa sua possível maternidade e tenta enfrentar as 
pressões emocionais do presente. Brincar de boneca permite-lhe representar seus sentimentos 
ambivalentes, como o amor pela mãe e os ciúmes do irmãozinho que recebe os cuidados 
maternos. Brincar com bonecas numa infinidade de formas está intimamente ligado à relação 
da menina com a mãe (BETTELHEIM, 1988). 
Bomtempo (1996), em uma pesquisa com a boneca Ganha-Nenê, verificaram que as 
crianças pequenas (3 a 5 anos) parecem usar a boneca não só como instrumento de ação, mas 
também como faz-de-conta e, à medida que aumenta a idade, a boneca passa a fazer parte de 
um contexto onde o faz-de-conta está presente de forma mais intensa. 
Nas crianças de 6 a 8 anos há enriquecimento na representação de papéis que se 
tornam mais definidos, embora a gravidez e o nascimento ainda façam parte de um mundo 210 
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mágico. É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de 
desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos 
adultos, onde “ela restabelece seu controle interior, sua auto-estima e desenvolve relações de 
confiança consigo mesma e com os outros”. No sonho, na fantasia, na brincadeira de faz-deconta desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados. 
3.3.4 O papel do brinquedo e suas implicações educacionais 
Aprendemos com Luria (1977, p.124), que escreveu: “O homem assimila a 
linguagem oral e graças a ela pode assimilar a experiência do gênero humano, constituída 
através de milhares de anos de história. Quando a criança pergunta à mãe: “O que é isto?”““ 
“e a mãe responde: É um “motor” e lhe explica como funciona, a criança assimila o que foi 
conquistado pelo trabalho de muitas gerações”. Suponhamos que não fosse assim, que, do 
nascimento a idade adulta passasse pouco tempo. Mesmo existindo a linguagem oral, não se 
chegaria ao mesmo resultado descrito por Luria. 
Mas o grande lingüista e neuropsicólogo, como o chamaram, enfatiza, no seu 
discurso sobre a sociedade humana, tanto a linguagem, como, a infância, no que é 
acompanhado por seu colega. 
Ao contrário dos animais, o homem tem outro tipo de experiência: a experiência 
histórico-social. Esta não coincide com a experiência da espécie, biologicamente 
herdada, nem com a experiência individual, apesar de freqüentemente se confundir 
com esta... No decurso da história, os homens, governados por leis sociais, 
desenvolvem características mentais superiores. Milhares de anos de história social 
produziram mais, a este respeito, do que milhões de anos de evolução biológica... 
As conquistas do desenvolvimento histórico humano são consolidadas e 
transmitidas de uma geração para outra de maneira esotérica, externa”. 
(LEONTIEV, 1977, p.104) 
O homem, não podendo mais se guiar pelos instintos, precisava aprender com seus 
semelhantes à cultura construída pelas civilizações e, para tanto, recorreu ao artifício da 
infância. Truques da evolução? Talvez. 211 
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Convictos da necessidade da infância ficamos temerosos com o que se faz hoje com 
as crianças na nossa sociedade tecnocrática. A sociedade busca mão-de-obra para suas linhas 
de montagem. É preciso produzir, cada vez mais, a qualquer custo, nem que seja a custos 
humanos altíssimos. Dá preferência a braços separados de cérebros, a cérebros mutilados de 
pernas, a peitos a que o coração foi arrancado. Aquilo que é meio transforma-se em fim. 
Para a tecnocracia, as pessoas nada sabem ao nascimento e podem ser moldadas ao 
seu pleno interesse, que raramente, coincide com o interesse dos indivíduos e de uma 
sociedade digna. Ao invés de seres autônomos, exemplares autômatos. E que melhor 
ambiente para produzir autômatos da tecnocracia que as instituições, especialmente a escola? 
Que todos tenham, ao invés de serem. 
Foram às graves preocupações com a crença no amoldamento dos espíritos pelos 
sistemas tecnocráticos e totalitários de toda ordem, que levou homens do quilate de Vygotsky 
e Piaget, entre outros, a se erguerem contra o empirismo. 
Uma sociedade que busca apenas formar para produzir seus bens materiais vê a 
criança como um empecilho. Trata-se de uma enorme população que nada produz. Só quer 
brincar! Cria-se uma verdadeira cultura adulta que se incomoda com a atitude das crianças. 
Quando uma criança brinca, não se sabe ao certo se ela o faz para imitar a sociedade 
adulta, mesmo quando o conteúdo de seus brinquedos são as atividades dos mais velhos, ou 
essa justificativa nada tem a ver com uma verdadeira explicação do jogo infantil. Brincar de 
médico, de casinha onde papai e mamãe não significam necessariamente, talvez, estar se 
preparando para exercer tais funções quando adulta. Não se pode dar provas disso, apesar de, 
numa nova perspectiva científica, ser também difícil dar provas do contrário. 
Há certa autonomia em relação ao ambiente imediatamente à volta da criança, 
durante seus brinquedos. Os conteúdos de cada brinquedo, mesmos os que se referem aos atos 
dos adultos familiares a criança, são herdados, mais da própria tradição do grupo infantil que 
dos mais velhos. 
Não é necessariamente para ser pai ou mãe mais tarde que a criança brinca de papai 
e mamãe ou de casinha, mas porque a casa, o pai, a mãe, fazem parte de seu mundo infantil, e 
não só do mundo dos adultos. Mas, numa sociedade em que o referencial, e sempre o adulto, 
essa autonomia da criança não é reconhecida e o que a criança faz pode parecer simples cópia 
dos modelos, adultos. Por isso nota-se, nas famílias e as escolas, uma invulgar preocupação, 
em preparar as crianças para as atividades dos mais velhos. 212 
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A integração da criança no mundo dos adultos, entretanto, faz-se muito mais porque, 
tanto os mais velhos como os mais novos fazem parte de um sistema constituindo peças 
igualmente importantes para seu funcionamento. A vida infantil não pode, portanto, ser 
reduzida a preparação para a vida adulta. Pode-se supor, com o mínimo de esforço, que o 
jovem tem que chegar à idade adulta, preparando para assumi-la. Porém, é discutível o que é 
estar preparado para isso. 
Entendemos que, estar preparado para exercer tal papel é ter vivido intensamente 
cada período de vida anterior, desde o nascimento. Estar preparado para a vida em sociedade 
adulta é ter sido livre pra ser criança e adolescente e não, ao contrário, ter sido transformado 
em protótipo de gente grande. 
É na infância que o homem pode viver, no faz-de-conta, aquilo que o adulto não é 
permitido, fonte permanente de tensões. A criança pode no faz-de-conta, odiar a te matar pai 
e mãe por mais que, isso sendo observado, escandalize os mais velhos. É no faz-de-conta que, 
brincando de médico, de papai e mamãe, a criança se inicia nos rituais da sexualidade, que ela 
descobre a sensualidade crescente, que percebe as diferenças entre os meninos e as meninas. 
Onde mais senão no brinquedo, podem-se aliviar pressões insuportáveis no cotidiano 
de repressões, podem-se resolver problemas imediatamente insolúveis, pode-se suportar a dor 
das frustrações. Crianças livres, talvez não venham a ser como os adultos prisioneiros; 
crianças que brincam com o sexo, talvez não sejam mais tarde, os doentes sexuais; crianças 
que podem correr atrás da bola, saltar, se tocar, talvez, não esqueçam nunca que são corpos 
vivos, ativos. 
3.3.5 Tipos de brinquedos e brincadeiras 
De acordo com Passerino (1999), os jogos podem ser classificados de diversas 
maneiras. Piaget criou uma “classificação baseada na evolução das estruturas” (Piaget apud 
Rizzi e Haydt, 1997), e modelou três categorias que correspondem às fases do 
desenvolvimento infantil, que são as seguintes: 
a) Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos 
aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras; 213 
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b) Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): as 
crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar umas com as outras os 
jogos de faz-de-conta; 
c) Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos 
aproximadamente): as crianças aprendem as regras e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos 
de regras como futebol, damas, etc. (PASSERINO, 1999). 
De acordo com a psicóloga Dirshnabel, existem diversos tipos de brinquedos e 
brincadeiras, que podem ser classificados conforme seus objetivos:
- brinquedos de berço visam à estimulação sensorial e motora do bebê; 
- brinquedos de afeto despertam ternura e carinho, bem como 
provocam aconchego e oferecem consolo à criança; 
- brinquedos para manipulação visam desenvolver o pensamento e as 
habilidades psicomotoras; 
- brinquedos para o “faz-de-conta” funcionam como elementos de 
apoio à fantasia; aumentam o repertório de conhecimentos da criança; favorecem a 
compreensão de atribuições e de papéis o que contribui para o seu ajustamento ao mundo ao 
seu redor; 
- bonecas são miniaturas do ser humano e dão à criança a 
oportunidade de amadurecer através da elaboração de sentimentos e da vivência do papel do 
adulto; 
- personagens dos desenhos animados despertam a imaginação da 
criança por sua glória e poderes; 
- animais também favorecem a imaginação; 
- fantoches estimulam a imaginação, a linguagem, o pensamento e 
favorecem a comunicação e expressão (de emoções/sentimentos); 
- fantasias, máscaras, perucas e adereços enriquecem o “faz-de-conta”, 
facilitam a representação de papéis e a criação de personagens e favorecem a expressão de 
sentimentos; 
- bolas visam o desenvolvimento da coordenação dos movimentos 
amplos, bem como da sociabilidade; 
- blocos de construção favorecem o desenvolvimento da atenção e 
concentração; desenvolvimento de movimentos amplos e finos; desenvolvimento da 214 
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coordenação visomotora; desenvolvimento da noção de equilíbrio, proporção e simetria; 
desenvolvimento de paciência e perseverança; desenvolvimento da independência; 
desenvolvimento do sentimento de realização, que tanto reforça a auto-imagem; o 
conhecimento das formas geométricas e de suas peculiaridades; desenvolvimento do 
pensamento abstrato; a exploração de tamanhos, formas e espaços; reconhecimento de 
semelhanças e diferenças; a aquisição de conceitos matemáticos (maior do que, menor do que, 
em cima, embaixo, ao lado, etc); o encorajamento à solução de problemas e à formulação de 
projetos; a oportunidade para aprendizagem seqüencial e utilização no nível de pensamento de 
cada criança; a satisfação de inventar, construir, destruir e transformar; 
- quebra-cabeças favorecem: o desenvolvimento da atenção e 
concentração; desenvolvimento do pensamento; desenvolvimento da coordenação visomotora; 
percepção/discriminação visual; noção de quantidade; desenvolvimento de vocabulário; 
orientação espacial; lateralidade etc; 
- brinquedos musicais propiciam a exploração de sons e desenvolvem 
a percepção auditiva; 
- dominós podem favorecer o ensino da matemática, da alfabetização, 
da aquisição de conhecimentos gerais, bem como as discriminações visuais, táteis e auditivas; 
- jogos de memória podem favorecer o ensino da matemática, da 
alfabetização, da aquisição de conhecimentos gerais, bem como as discriminações visuais, 
táteis e auditivas; 
- jogos de loto (bingo) servem de recurso pedagógico para ensino de 
várias matérias; 
- brinquedos pedagógicos têm o objetivo de proporcionar 
determinadas aprendizagens e caracteriza-se por tipos de brinquedos que têm uma proposta 
mais objetiva cujo desafio é obter a satisfação do final da atividade. (DIRSCHNABEL, 2007). 
 Analisando os vários tipos de brinquedos, jogos e brincadeiras, sabe-se que a saúde 
emocional e a intelectual da criança necessita ser bem cuidada desde a infância, para que a 
criança transforme-se em um indivíduo feliz e equilibrado. 215 
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4 Considerações Finais 
A Educação Infantil é um período fundamental no desenvolvimento emocional e 
cognitivo da criança, implicando, de forma geral, no desenvolvimento de sua própria vida. Ela 
precisa brincar para crescer, para haver um equilíbrio com o mundo. 
Procuramos nos remeter a reflexões sobre a importância das atividades lúdicas na 
Educação Infantil, sendo possível desvelarem que a ludicidade é de extrema relevância para o 
desenvolvimento integral da criança, pois para ela, brincar é viver. 
Analisando concepções de vários autores, pudemos observar que o brinquedo, desde 
cedo, está presente nas atividades da criança. O brinquedo é para criança uma maneira 
ilusória, imaginária de realizar desejos impossíveis de serem concretizados na prática e tanto 
se apresenta como uma atividade que satisfaz necessidades referentes àquilo que a motiva 
para agir, como uma atividade que lhe proporciona prazer. 
Desde cedo, o desenvolvimento e aprendizagem estão presentes na criança através 
das interações com o meio físico e social. No seu cotidiano, observando, experimentando, 
imitando e recebendo instruções de pessoas mais experientes, aprende a fazer perguntas e a 
obter respostas. 
As atividades lúdicas estão ameaçadas em nossa sociedade. Portanto, cabe à escola e 
a nós educadores recuperar-mos a ludicidade infantil de nossos alunos, ajudando-os a 
encontrar o caminho para sua vida. 
Toda criança deveria poder viver no mundo da brincadeira, poder se manifestar por 
inteiro. Para a criança é fundamental que sinta prazer no que faz e não fazer porque recebeu 
uma ordem ou fazer por fazer. Brincar é um direito da criança para que ela possa usufruir toda 
sua capacidade de criação e liberdade para se expressar e soltar sua imaginação. 
Nós, educadores, precisamos provar aos pais e à sociedade que a criança vai aos 
Centros de Educação Infantil para brincar, sim; que cadernos e pastas cheias não são 
sinônimos da aprendizagem; que o brincar foi e sempre será prioridade para a criança. O que 
demonstra e comprova a sua importância e a sua necessidade. 
Talvez, o que esteja faltando é nós, educadores, acreditemos mais no poder da 
brincadeira e consigamos transmitir com confiança esses valores a todos, para que percebam o 
que se encontra por trás das maravilhas do mundo da brincadeira, e que a mesma pode trazer 
muitas contribuições para o desenvolvimento das habilidades de aprender a pensar em nossos 216 
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educandos. 
Após esta pesquisa bibliográfica, podemos nos remeter a uma breve reflexão sobre a 
importância do brincar na Educação Infantil, por que é importante? O prazer que provem das 
brincadeiras guarda o sentido do prazer pelo viver, ser, investigar, sentir, tocar, viver com o 
outro, vibrar com vitórias e enfrentar derrotas. 
Através do brinquedo e brincadeiras a criança pode desenvolver a imaginação, 
confiança, autoestima, e a cooperação. O modo com a criança brinca revela seu mundo 
interior e isso permite a interação da criança com as outras crianças e a formação de sua 
personalidade. 
Para isso é necessário que as Unidades de Educação Infantil dêem condições e 
promovam situações de acordo com as necessidades das crianças, oportunizando estimulação 
para o desenvolvimento integral da criança. 
ABSTRACT 
This study aims to research and analyze the importance of play activities in schools, which are 
used as facilitators in learning. It is the result of a literature search that leads to the theoretical 
study and practical. The theme addresses the importance of play in early childhood education, 
since the fun and games are excellent opportunities for mediation between pleasure and 
knowledge historically constituted, since the play is eminently cultural. We analyze critically 
the development of lessons, practice in identifying the teacher if there is time for the 
applicability of play in their teaching. However, it was found that the professor, the eagerness 
to teach the content areas, thinks there is no time for jokes and games because they lack the 
theoretical knowledge to base his practice in the classroom. This position requires profound 
changes in teaching attitudes. Regardless of the conditions that the school and the educational 
system to provide their teaching practice, it is the responsibility of every teacher to motivate 
their classes, making them attractive and pleasant, preparing a child to go if this constitutes a 
critical subject of their own actions and through in which he lives. For this reason, the 
deepening of the play is necessary for a good reflection. 
Keywords: Play. Games. Teacher.217 
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